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8 de março é dia de luta em todas as regiões do país

Maceió
Maceió

O 8 de março é um dia de luta para as mulheres reafirmarem sua história, suas denúncias e reivindicações por um mundo sem violência e desigualdade, com autonomia e liberdade. Por todo os cantos do Brasil, mulheres organizaram mobilizações nas ruas e praças com plataformas que não começaram nem terminam no dia de hoje.

Além de ser um momento de levantar bandeiras históricas, também fazem parte do 8 de março reivindicações da conjuntura do momento. Conceição Dantas, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, afirmou que as mulheres se reuniram porque “não aceitamos essa sociedade que impõe um modelo que define e diferencia o trabalho de homens e mulheres. Nós estamos aqui gritando nossas palavras de ordem pelo Fora Cunha, contra o retrocesso, e dizendo que não aceitamos a imposição desse capital que, cada vez mais, desapropria as mulheres de suas terras”.

O eixo do trabalho esteve presente nas mobilizações, em resposta à desigualdade entre homens e mulheres e à exploração, precarização e terceirização que cresce devido a políticas econômicas e que atinge, em primeiro lugar, as mulheres. “Nesse 8 de março, nossas bandeiras tradicionais de luta em defesa da vida e autonomia das mulheres se soma a uma agenda de defesa. Defendemos a bandeira da igualdade de oportunidades no trabalho, pois hoje as mulheres ganham 24% a menos que os homens. Também estamos muito preocupadas com as relações compartilhadas. O último estudo do IBGE demonstrou que as mulheres aumentaram cinco horas de seus trabalhos domésticos na casa e os homens apenas uma hora. Quando o governo coloca a questão da reforma da previdência alegando que as mulheres vivem mais, está em contracorrente desses dados. Queremos mais garantias para que as mulheres tenham qualidade de vida”, afirma Juneia Batista, Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT.

A unidade entre movimentos sociais, organizações, coletivos, entidades e centrais também é um elemento presente nas mobilizações do 8 de março e nas agendas de luta que se propõe pelo país para os próximos meses. Sobre a manifestação em Belo Horizonte (MG), Bernadete Monteiro conta: “foi um encontro que fez com que as mulheres também encontrassem rosto em outras companheiras para estarem juntas. A perspectiva é de unidade permanente. A gente não pode arredar o pé da rua!”

Destacamos também a importância das tantas ações realizadas pelas mulheres rurais do MST e da Via Campesina, com nosso apoio e parceria, na sua Jornada de Mulheres em Luta, em defesa da Natureza e Alimentação Saudável, Contra o Agronegócio!

As mobilizações pelas regiões do Brasil

Tocantins

No Norte do país, as mulheres do Tocantins organizaram o seminário “Mulheres em Luta”, uma atividade unificada das mulheres urbanas, do campo, das águas e das florestas, realizada na Universidade Federal do Tocantins, em Palmas. A atividade teve uma programação intensa nos dias 6 e 7. No dia 8, as mulheres da MMM e do MST saíram em ato pelas ruas da cidade contra a violência e o agronegócio e ocuparam a Superintendência Federal da Agricultura, onde foram violentamente reprimidas e tiveram 5 companheiros detidos.  Além disso, também aconteceram atividades e rodas de conversa pela cidade. A programação da MMM essa semana ainda terá duas palestras em Palmas sobre movimento feminista na E.E. Madre Belém nos dias 10 e 11, e uma palestra sobre violência, seguida de oficina de batucada, no C.E.M. Paulo Freire, em Araguaína.

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No Pará, as mulheres saíram em marcha pelas ruas de Belém em um ato unificado que exigia a redução das tarifas de luz, a legalização do aborto, o fim da violência e a defesa da democracia. Também reivindicaram as alternativas agroecológicas para as mulheres do campo frente aos ataques do agronegócio.

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No Nordeste, a Marcha Mundial das Mulheres esteve presente em diversos atos durante todo o dia. Em Mossoró, no Rio Grande do Norte, as mulheres se reuniram pela manhã para um ato na praça com batucada sob o eixo “Nenhum direito a menos, as mulheres contra o retrocesso! Fora Cunha, no enfrentamento do conservadorismo e contra a política econômica que vem sendo adotada no nosso país”. Também no Rio Grande do Norte, as mulheres de Natal organizaram uma intervenção com lambe-lambe na cidade com o tema da legalização do aborto e da violência sexista.

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Em Aracaju, Sergipe, as mulheres iniciaram o dia de mobilização ocupando a sede da Previdência Social para entregar uma pauta de reivindicações dos direitos trabalhistas. Depois, o ato unificado aconteceu na Praça Fausto Cardoso em Aracaju, com o mote “Não podemos pagar pela crise: É por direitos e pela vida das mulheres”. As mulheres na praça se colocaram contra as medidas de combate à crise que atacam as e os trabalhadores, como o ajuste fiscal, pela legalização do aborto, pelo direito à terra, à água e às sementes e pela democracia com participação das mulheres.

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Em Fortaleza, Ceará, centenas de mulheres se reuniram para um ato unificado pelo eixo “Nenhum Direito a menos! Contra o conservadorismo na política, na economia e na vida das mulheres! Pela democracia, contra o golpe!”

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Em Juazeiro, na Bahia, a Marcha Mundial das Mulheres do Sertão organizaram o segundo módulo da Escola de Formação Feminista Ana Leopoldina dos Santos nos dias 5 e 6 de março, que culminou em um ato de rua no dia 7 em Petrolina, Pernambuco, pela vida das mulheres e por um novo sistema político.

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Em Caruaru, Pernambuco, as mulheres realizaram um ato nas ruas com o tema “Mulheres diversas”, com participação de movimentos e coletivos diversos. Concentradas no Terminal Rodoviário, as 200 presentes caminharam até o Marco Zero da cidade, com pautas sobre sexualidade, trabalho e o sistema político.

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Ainda em Pernambuco, as mulheres realizaram uma grande marcha unificada pelas ruas da capital, Recife, com o tema “É pela vida das mulheres”. O ato contou com a presença de 7mil mulheres, sob os eixos do fim da violência, por melhores condições de trabalho e saúde entoados pela batucada feminista.

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Em Vitória da Conquista, na Bahia, mulheres de vários movimentos se reuniram contra a precarização, os ataques às trabalhadoras, a criminalização dos movimentos sociais e as saídas neoliberais para a crise. O ato saiu do Ginásio Raul Ferraz rumo à Câmara dos Vereadores, onde foi entregue uma carta de reivindicações.

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No Centro-Oeste, as mulheres de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, organizaram um ato unificado entre MMM, CUT, MMC e MST, com um panfletaço nas ruas pelas pautas do fim da violência e da manutenção da democracia.

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Em Brasília, Distrito Federal, a MMM organizou uma intervenção na Rodoviária do Plano Piloto, onde fizeram panfletaço, falas e batucada.

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No sul, em Porto Alegre, as mulheres realizaram um ato unificado com a presença de movimentos sociais, centrais, sindicatos e partidos, sob o lema “Unidas em Defesa da Democracia, Contra a Retirada de Direitos, Por mais Poder para as Mulheres, Por mais Mulheres no Poder”.

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No sudeste, grandes mobilizações nas capitais. Em Belo Horizonte, Minas Gerais, as mulheres denunciaram a Samarco e a Vale, empresas responsáveis por um dos maiores crimes ambientais da história do país, que afetou e ainda afeta diretamente a vida das populações mais pobres da região. “São os impactos causados por esse sistema que é capitalista, patriarcal, racista. As mulheres querem transformar esse sistema, que é um sistema que mata a vida das pessoas, a terra onde elas plantam, o rio.”, disse Bernadete Monteiro. Pela manhã, mulheres do MST ocuparam as dependências da empresa e travaram as estradas e trilhos. No final da tarde, um grande ato reuniu mais de 2mil mulheres nas ruas da capital.

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No Rio de Janeiro, as mulheres da MMM, do MST e do MAB também fizeram um ato na sede da Vale pela manhã. Durante a tarde, organizaram um grande ato unificado, sob o eixo “É pela vida das mulheres! Legalizar o aborto, já! Não podemos pagar pela crise!” As mulheres organizaram uma batucada, fizeram intervenções urbanas e trouxeram temas como o Fora Cunha e a denúncia do candidato Pedro Paulo (PMDB), que possui histórico de agressões contra mulheres.

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Em São Paulo, o ato foi realizado em conjunto com outros movimentos e entidades a partir do eixo “Mulheres nas ruas por liberdade, autonomia e democracia pra lutar: pela legalização do aborto, contra a reforma da previdência, contra o ajuste fiscal e pelo fim da violência contra a mulher”. A Marcha Mundial das Mulheres organizou um grande bloco, com a presença de mulheres de outras cidades, como Campinas, ABC e Registro, mulheres jovens e mulheres das regiões periféricas da cidade. O bloco contou com batucada feminista, bandeiras, pirulitos, stencil e colagem de lambe-lambe pelas ruas.

 

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