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Rio de Janeiro em Marcha contra a militarização dos nossos corpos, vidas e territórios

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Violência, tráfico, estupros, precarização do trabalho, criminalização da pobreza, racismo, remoções, imobilidade urbana, lesbofobia… Esses são apenas alguns dos grandes problemas sociais relacionados à militarização na cidade do Rio de Janeiro que foram narrados pelas mulheres na Roda de Conversa – “Militarização e a vida das mulheres”, organizada pela Marcha Mundial das Mulheres do Rio de Janeiro.

A atividade ocorreu no último sábado, 20 de junho, no Sisejuf – Sindicato dos Servidores da Justiça Federal no Estado do Rio de Janeiro. Além das mulheres que constroem a Marcha no estado, participaram da conversa companheiras de diversas organizações e movimentos sociais: Fase-RJ, ActionAid, GTA, CDDH- Petrópolis, Norte Comum, Levante Popular da Juventude, Enegrecer, Grêmio Colégio Pedro II, Amanhecer Contra a Redução, entre outros, além de feministas autônomas.

Durante toda a manhã de sábado nos debruçamos sobre as questões: Como a militarização tem afetado nossas vidas? Quais mulheres sentem mais fortemente a militarização sobre seus corpos e territórios? O que é uma desmilitarização a partir de uma perspectiva feminista? Quais são as experiências que evidenciam a resistência das mulheres?  O que podemos fazer juntas?

Não é difícil de imaginar que o papo foi instigante! Conversamos que a militarização é hoje o carro chefe da política de Estado: ela tem acompanhado a realização de uma diversidade de políticas públicas – habitacionais (remoções), de trabalho (como dos e das camelôs), educacional (presença da polícia nas escolas, UPP mirim) e de segurança pública, com a ideia de “pacificação”. São políticas públicas que tem peso maior ainda no processo de consolidação de uma cidade dos grandes eventos, a “Cidade Maravilhosa” mercantilizada: por um lado, com gentrificação e remoções, ambas expulsando moradores e moradoras das favelas da zona sul e oeste, por outro, com controle e extermínio da população negra e pobre; uma cidade para o turismo, para a especulação,  onde a classe trabalhadora é vista como descartável.

A militarização dos territórios onde vivemos, as remoções, a precariedade do transporte e outros serviços públicos, do acesso à saúde e à educação, a criminalização dos movimentos sociais, especulação imobiliária, violações policiais etc. são problemas complexos que atravessam várias dimensões da vida de todas as mulheres. Todavia, sabemos que embora capilarizada em toda a cidade, a militarização é uma política que visa determinada raça, gênero, classe, idade, terrritórios, ou seja, é um processo circunscrito ao capitalismo patriarcal, ao racismo, à lesbofobia que determina quais são  corpos e que vidas, sobretudo os femininos, que podem (re)existir, onde e como!

Nossa luta feminista contra a militarização de nossos corpos, vidas e territórios pretende visibilizar não só as diversas formas de violência e precarizações que sofremos, mas que ainda assim somos nós, mulheres, que estamos à frente de muitos processos de resistência cotidiana – no morro e no asfalto. São as mulheres que têm organizado e reorganizado a vida de suas famílias, de suas comunidades e suas próprias vidas.

Nossa Marcha está apenas começando! Vamos ocupar as ruas, as praças, a cidade com debate, oficinas, arte, intercâmbios, protestos, solidariedade, irreverência, feminismo…!  Convidamos a todas as companheiras e organizações e se juntarem nesse processo de acúmulo de forças e desenvolvermos uma luta permanente.

O tema da militarização compõe nosso calendário da 4° Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que será uma atividade de intercâmbio entre as mulheres das capitais Rio de Janeiro-São Paulo no último fim de semana de agosto!

 

Nosso próximo encontro será dia 02 de julho, às 18hs (local ainda a confirmar)!

 

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