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“Sem feminismo não há desmilitarização!”, dizem mulheres em ato no Rio de Janeiro

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Depois de uma programação intensa no sábado (29), as cerca de 200 feministas reunidas na 4ª Ação Internacional da MMM no Rio de Janeiro saíram em ato contra a militarização, as remoções forçadas e a violência policial que atingem os territórios, corpos e vidas das mulheres.

O ato saiu do Sinttel, na Tijuca, onde as mulheres estavam reunidas, rumo à Praça Agripino Grieco, conhecida pelos e pelas moradoras da região como Praça do Leão Etíope do Méier. A praça é um espaço utilizado por coletivos de cultura locais para a difusão artística e o debate político na região e se tornou referência da cultura popular e de juventude no Rio de Janeiro.

A articulação com a Marcha Mundial das Mulheres na região acontece desde o início de 2015, a partir da aproximação do feminismo com o debate da resistência periférica e da ocupação cultural. Na semana passada, a MMM participou ativamente do festival Leoa Etíope do Méier, com uma grande roda de conversa sobre as influências da militarização e da mercantilização nos corpos das mulheres, colagem de lambes e oficina de stencil.

As mulheres, acompanhadas de batucada e muita música, ocuparam o trem carioca da estação de São Cristóvão até a estação Méier. Nos vagões, dialogaram com a população através de panfletos e de músicas sobre violência, militarização, trabalho doméstico e feminismo. A pauta da desmilitarização foi central durante toda a ação, se expressou nas palavras de ordem e demonstrou sua urgência. Os impactos nas vidas das mulheres são muitos, desde às prisões por tráfico até os assassinatos de seus filhos pelas mãos da polícia. Em passeata, as mulheres afirmavam juntas: “sem feminismo não há desmilitarização!”

O ato seguiu para a Praça do Leão Etíope e, em seguida, para a Rua Dias da Cruz, onde a população se reunia para atividades de lazer. As mulheres encerraram o ato com uma roda de coco impulsionada pelo coletivo de teatro Levante Mulher e uma grande ciranda, que cantava: “Companheira, me ajuda / que eu não posso andar só / eu sozinha ando bem / mas com você ando melhor”.

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