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ÁGUA NÃO É MERCADORIA: Nota da Marcha Mundial das Mulheres de São Paulo contra a privatização da Sabesp

ÁGUA NÃO É MERCADORIA! CONTRA A PRIVATIZAÇÃO SABESP!

A Marcha Mundial das Mulheres – SP repudia veementemente os atos praticados na tarde de quarta-feira, 6 de dezembro de 2023, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em uma sessão ilegítima, 62 deputados que se dizem representantes do povo aprovaram o projeto de lei (PL) do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que autoriza a privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).

A noite na Alesp foi marcada pela violência contra os manifestantes contrários à venda da Sabesp, com uso de gás lacrimogêneo e cassetetes. A PM agrediu os presentes em diversos locais do prédio, inclusive dentro do plenário. Vários deputados governistas parabenizaram a ação violentada polícia em manifestações no plenário. Em uma atitude de protesto, a bancada contrária à privatização e entrega de nosso patrimônio público declarou sua ausência na votação.

O governo recorreu à violência dentro da “Casa do Povo”, para garantir o lucro de empresas para as quais a água é somente uma mercadoria. Tarcísio partiu para a violência porque sabe que se ouvisse a população de São Paulo a Sabesp não seria privatizada.

O governador mente para o povo porque sabe que a água vai ficar mais cara para as pessoas que menos têm recursos. Usa a violência para fazer negócios com algo que pertence a todo o povo do estado. Além de espancar os manifestantes, a polícia prendeu 5 pessoas, 3 militantes da UP (Unidade Popular), um metroviário e um estudante da Unifesp, que ainda irão à audiência de custódia.

Nós mulheres há anos temos denunciado o aumento das privatizações dos serviços públicos, também chamadas de “terceirização”, que tem como resultado um Estado cada vez mais fragilizado. As grandes empresas, empresas transnacionais, ganham cada vez mais poder, ou seja, lucram com a concentração da propriedade, a privatização das empresas públicas e dos serviços de distribuição. Isso revela o poder exercido por essas empresas nos debates sobre política energética no nosso país.

A nossa proposta por soberania energética é popular porque afirmamos a luta dos povos na cobrança da responsabilidade do Estado em assegurar a democratização tanto no processo de construção de políticas públicas – com ampliação da participação popular – quanto na garantia de direitos e acesso a bens comuns necessários para a vida, como a água, a terra e a energia.

Nós, da Marcha Mundial das Mulheres, defendemos uma economia que pense na vida das pessoas, e não no mercado. Queremos que o cuidado das pessoas seja compartilhado com a sociedade e com o estado, sem sobrecarregar as mulheres. E a água é um bem comum essencial para a vida e o cuidado! Deve estar na mão do povo, sob controle estatal! A SABESP é nossa!

Denunciamos as políticas fascistas e neoliberais de Tarcísio, exigimos a soltura das pessoas que foram presas e a anulação da privatização da Sabesp!

A natureza, os bens comuns e os serviços públicos NÃO ESTÃO A VENDA! Água é vida, não mercadoria!

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