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Intervenções

No batuque do tambor! 

A Batucada Feminista é um instrumento político de luta que expressa nossa ação feminista. Na MMM, a batucada começou no FSM em 2003,  a partir da experiência das mulheres do Rio Grande do Norte. No 8 de março do mesmo ano, a batucada já apareceu em alguns estados. Desde então, somou e inovou uma linguagem própria da MMM.

Com a batucada, buscamos democratizar a fala nas ruas. O ritmo ajuda a gerar concentração, unidade e força nos momentos de ação coletiva. Tocar é uma forma direta de ação política, de levar o feminismo para os olhares e ouvidos da rua, expressando nossas lutas e ocupando plenamente o espaço público.

Latas, mulheres, tambores e baquetas em ritmo contra o machismo. Os instrumentos da batucada são feitos prioritariamente de materiais reciclados ou que fazem parte do nosso cotidiano. Quando tocamos na batucada estamos dizendo que queremos outras práticas e que não aceitamos a cultura musical machista e preconceituosa que ouvimos todos os dias. Estamos denunciando o machismo e afirmando nossas alternativas coletivas.

Operação Lambe Lambe

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– Monte um cartaz bem fácil de ler. Com o Word Art do programa Word ou semelhante (se você estiver puder usar um software livre, melhor para todas nós!), crie uma figura para cada linha da mensagem que quiser escrever. Assim pode ajustar o tamanho de cada linha ao tamanho da folha.

– Com frases curtas, é possível criar cartazes de impacto em folhas tamanho A4. Você imprime em qualquer impressora e copia em qualquer máquina de xerox. Papel colorido pode ficar bonito.

– Preparem uma boa cola: para 3 partes de farinha, 1/2 de polvilho e água – adicione aos poucos: se colocar água demais vai ter que ferver muito pra sua cola ficar mais densa. Que seja líquido o suficiente para mexer com uma colher de pau. Misture tudo muito bem e coloque no fogo. Vá mexendo no fogo baixo até o grude ficar mais transparente do que era antes. Vai empelotar tudo, não se desespere: despeje tudo num balde, coloque mais água se for preciso e bata bastante para conseguir uma cola mais homogênea. No final um pouco de vinagre ou desinfetante evita que a cola mofe. Se não usarem farinha transgênica, a cola é totalmente caseira e inofensiva, se lava com água e sabão.

– Organizem-se em equipes de três:
a primeira com um balde cheio de cola numa mão e uma brocha grande na outra.
a segunda com uma bolsa, dessas que a gente ganha no fórum social mundial, cheia de cartazes
a terceira, não menos importante, com olhos e ouvidos atentos.
A primeira passa generosamente uma camada de cola, a segunda afixa o cartaz, a primeira passa cola por cima de novo.
A terceira vai vigiando e prevendo o caminho.

Dois grupos podem seguir pela mesma rua ao alcance da vista umas das outras: dá mais confiança.

1377510_681621805181263_1064035773_nExistem basicamente duas formas de fazer a colagem:

Na calada da noite > versão extensiva e anônima: pode ser feita em grandes mutirões, permite cobrir áreas maiores, gerando surpresa no dia seguinte.
À luz do dia > versão intensiva e performática: exige contato direto com as pessoas que estão passando na rua. Nesse caso, é bom ter uma pessoa a mais em cada equipe para ir conversando com quem se aproximar e possivelmente um panfleto informativo para distribuir.

É simples, não requer prática ou habilidade e dá o que falar.
Vamos pra rua?