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Margaridas em Marcha: Cada gota de autonomia e liberdade vem da nossa auto organização

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Alessandra Lunas da Secretaria de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura, CONTAG, dá as boas vindas às Margaridas de todo o país falando da importância da plataforma política construída pelas vozes das mulheres do campo, das florestas e das águas de todas as regiões do país trazendo desde a soberania alimentar com direito à terra, água, reforma agrária, à construção da agroecologia como alternativa ao enfrentamento da violência sexista, participação política das mulheres e a defesa da democracia com posicionamentos frente ao atual modelo de desenvolvimento do país.

Na mesa da Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres Rurais que ocorreu hoje às 15h, estavam, além de Alessandra, a deputada Erika Kokai, Lúcia Falcón, presidenta do INCRA, Maria Emília do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, CONSEA, e Nalu Faria da Marcha Mundial das Mulheres.

“Nós estamos aqui mostrando como nós mulheres crescemos juntas” diz Lúcia Falcón, ao que Maria Emília explica: “as mulheres são capazes de reinventar a política com uma plataforma que dá voz a cada especificidade das demandas das mulheres de todas as regiões do país, pois não há política pública sem considerar a diversidade. São as mulheres que, com suas lutas, estão dando outro significado à luta pela terra, pelas águas, pela agroecologia quando trazem a ideia do auto consumo, da diferenciação do trabalho produtivo e reprodutivo, da necessidade da sociobiodiversidade e acesso dos bens comuns”. Ela colocou a defesa da soberania e segurança alimentar como ponto central da luta “é hora do governo brasileiro assumir o compromisso político de redução do uso de agrotóxicos e que não haja cortes nos programas voltados para as mulheres rurais”.

“Queremos ser donas dos nossos corpos, vidas, terras, microfone, para construir um país justo e igual” diz Erika Kokai sobre a onda feminista e a primavera de direitos que é a Marcha das Margaridas. Para Nalu Faria, da Marcha Mundial das Mulheres, a Marcha das Margaridas sempre teve o sentido estratégico de apontar rumos para o país: “Nós, mulheres, somos a principal força contra o patriarcado, o capitalismo, racismo e homofobia. O neoliberalismo não nos dominou pois estamos constantemente em resistência e construindo nossas alternativas. Somos contra qualquer dominação dos nossos corpos e territórios”.

Dentro da conjuntura de ódio e articulação da direita, a Marcha das Margaridas assume o compromisso com a democracia e com a defesa das reformas estruturais como as reformas agrária, tributária, política e a democratização da comunicação e tem a clara percepção da economia como decisão política e, por isso, faz a defesa do avanço do crescimento social com mais igualdade no país.

Sendo um processo que não se dá unicamente nos dias 11 e 12, a Marcha das Margaridas e a luta das mulheres acontece, como disse Nalu Faria, todos os dias, em todos os lugares: “Cada gota de autonomia e liberdade vem da nossa auto organização”. Que a Marcha das Margaridas, como momento que une e fortalece as mulheres, também seja um momento de impulsionar a mudança que queremos no país até que todas sejamos livres!

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