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IV Ação Internacional da MMM | V Marcha do Coletivo de Mulheres Organizadas do Norte de Minas

Em 2010, a 3ª Ação Internacional reuniu 3 mil mulheres nas ruas de São Paulo.
Em 2010, a 3ª Ação Internacional reuniu 3 mil mulheres nas ruas de São Paulo.

Entre os 17 a 19 de abril, quatro mil mulheres de diversas regiões de Minas Gerais se encontrarão em Varzelândia, cidade do norte do estado, para a realização da V Marcha das Mulheres do Norte. Neste ano, o ato fará parte da IV Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.

O eixo temático escolhido é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”. Além da passeata, o evento contará com oficinas, palestras, debates, feira com produtos agroecológicos e atividades culturais. Os temas centrais a serem abordados serão mineração, agroecologia e reforma política e constituinte, aumentando a participação das mulheres e criando mecanismos para despatriarcalizar o Estado.

O evento terá início na sexta-feira (17) em Montes Claros, onde será realizada uma panfletagem sobre os impactos negativos que a mineração tem causado na vida das mulheres. O objetivo dessa ação é alertar a população sobre a necessidade de implementar outro modelo de desenvolvimento, que seja baseado na justiça social e na sustentabilidade ambiental. No sábado (18) e no domingo (19) as atividades acontecerão em Varzelândia e terão o objetivo de tornar públicas as experiências de auto-organização das mulheres e de construção da agroecologia. A passeata será o encerramento da ação.

Histórico
A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) é um movimento social que surgiu no ano 2000 e converge mulheres e organizações feministas de todo o mundo em ações que denunciam o sistema capitalista patriarcal e visibilizam as experiências das mulheres. A cada cinco anos, a MMM realiza uma ação internacional em aliança com outros movimentos sociais, que mobilizam mulheres das cidades, do campo e da floresta.

Neste ano, mulheres de 96 países onde o movimento está presente sairão às ruas ao mesmo tempo em que um amplo processo de formação política feminista será realizado para identificar as peculiaridades de cada país e também para construir de forma coletiva práticas e propostas de construção de um mundo baseado na igualdade, liberdade, justiça, paz e solidariedade.

No Brasil, diferente de outros momentos em que as mulheres de todo o país se reuniram em uma ação comum, a Ação de 2015 será um processo enraizado em âmbito local. Serão realizadas atividades descentralizadas, para visibilizar as lutas que as mulheres realizam em seus territórios, as resistências e as práticas que constroem novos paradigmas.

Em Minas Gerais, as mulheres enfrentam atualmente a ganância de empresas mineradoras que buscam ampliar a exploração de ferro e ouro em seus territórios. O norte do estado é caso emblemático do avanço da atividade mineraria e, consequentemente, do aumento de estratégias de resistência.

Um dos movimentos de resistência é o Coletivo de Mulheres Organizadas do Norte de Minas Gerais. Essa associação organiza, desde 2010, mulheres das comunidades rurais em torno da luta por direitos, do combate à violência doméstica, da autonomia econômica, geração de renda, soberania alimentar, além da participação política e em espaços de decisão.

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